sexta-feira, 19 de março de 2010

O outro lado


Novembro

2004

Dedos, carboidratos, acido, morte, essa sou eu, deitada na minha cova, tão vazia, tão desesperada, como da outra e da outra e da outra vez, é estranho como isso me alegra como me faz bem e me livra dessa realidade doentia desse mundo de desprezo, de sujeira de traições, mas quem sou eu ,para julgar isso ? Se sou a mais depravada das criaturas.

Dançando ao som da mesma musica, subindo os degraus daquele templo morrendo com a mesma arma e da mesma maneira durante esses 365 dias desperdiçando a minha adorável vida, não eu não a desperdicei, mas a aproveitei da melhor maneira, do mais belo e mais terno jeito,aproveitei todos aqueles momentos de inanição e todos os momentos que me livrava daquela droga.

Sangue eu vejo sangue o meu sangue, o sangue dos meus braços,medo e depois alivio,é como amar um cafajeste, você sofre,te machuca,dói, mas você corre para ele todas as vezes que o vê,você pensa nele,você o odeia,pelo que ele faz com você,mas e se ele fosse embora o que você se tornaria?O que sobraria de você? Tudo? Nada? Será?

É por isso que não peço o divorcio pois é isso que me sustenta,o meu alicerce, o que me mantêm viva; mas o que você diria se soubesse que o meu cafajeste é uma doença? Vivendo,amando,morrendo por uma doença minha doença só minha, então me deixe aqui no meu mundo, com a minha doença.

Não terá fim .

sexta-feira, 12 de março de 2010

As flores mais valiosas.

Era um grande jardim colorido e disperso, por muitas vezes, ela já se pegara tentando contar quantas flores azuis e quantas flores amarelas haviam por lá. o lugar não era tão ruim e as coisas pareciam se acertar. Recomeçar, era um palavra cheia de significados prá mim, nos meus exatos 14,5 anos. Esquecer de tudo parecia tão bom e ao mesmo tempo tão desesperador,
viver uma realidade com a qual eu havia sonhado a vida inteira, mas e agora, o que eu faria? ou melhor, o que eu lembraria? como eu poderia me esquecer daqueles olhos, daquelas palavras, que mesmo com a minha velha e jovem teimosia, eu não conseguia apagar da memória?
de que me adiantaria ter a cabeça cheia de sonhos, ideais, paixões e não ter ninguém me esperando no fim do dia, ninguém prá me dizer : que bom que você está aqui.
são marcas que já fazem parte do que eu sou agora, e eu nunca gostei muito de mudar.

Texto escrito por Fernanda Provenzano.Beijos