Novembro
2004
Dedos, carboidratos, acido, morte, essa sou eu, deitada na minha cova, tão vazia, tão desesperada, como da outra e da outra e da outra vez, é estranho como isso me alegra como me faz bem e me livra dessa realidade doentia desse mundo de desprezo, de sujeira de traições, mas quem sou eu ,para julgar isso ? Se sou a mais depravada das criaturas.
Dançando ao som da mesma musica, subindo os degraus daquele templo morrendo com a mesma arma e da mesma maneira durante esses 365 dias desperdiçando a minha adorável vida, não eu não a desperdicei, mas a aproveitei da melhor maneira, do mais belo e mais terno jeito,aproveitei todos aqueles momentos de inanição e todos os momentos que me livrava daquela droga.
Sangue eu vejo sangue o meu sangue, o sangue dos meus braços,medo e depois alivio,é como amar um cafajeste, você sofre,te machuca,dói, mas você corre para ele todas as vezes que o vê,você pensa nele,você o odeia,pelo que ele faz com você,mas e se ele fosse embora o que você se tornaria?O que sobraria de você? Tudo? Nada? Será?
É por isso que não peço o divorcio pois é isso que me sustenta,o meu alicerce, o que me mantêm viva; mas o que você diria se soubesse que o meu cafajeste é uma doença? Vivendo,amando,morrendo por uma doença minha doença só minha, então me deixe aqui no meu mundo, com a minha doença.
Não terá fim .
Nossa .-. quase chorei.
ResponderExcluirTudo o que você disse é totalmente verdade para todas nós que realmente temos o problema... é estranho amar uma coisa que te destroi e machuca, mas no fundo sabemos que sem ela seria muito mais doloroso..
difícil isso :/
fica bem
como um cafageste; voce sofre, machuca, dói :/ é muito ruim, mas agora faz parte do nosso dia-a-dia e eu nao sei mais como viver sem isso... mas to tentando trabalhar nisso :) um dia a gente nao vai precisar de mais nada disso. parabéns pelo texto, tá incrível, nath!
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